Desde que comecei a jogar The Rogue Prince of Persia no meu Xbox Series X, fiquei com a sensação de estar presenciando um verdadeiro renascimento da franquia. A série Prince of Persia, que já passou por altos e baixos ao longo de sua história, finalmente volta a ter o brilho que a consagrou, desta vez apostando em um estilo roguelite que, para minha surpresa, se encaixou perfeitamente na identidade do Príncipe.
O primeiro ponto que chama atenção é a ousadia da Ubisoft em apostar em algo diferente. Em vez de seguir a fórmula tradicional de puzzles e aventuras lineares, The Rogue Prince of Persia coloca o jogador em um ciclo de morte e renascimento que, embora simples na proposta, torna-se viciante na prática. Cada falha é uma oportunidade de aprendizado, e cada run é um novo capítulo na busca do Príncipe para proteger sua cidade contra a ameaça dos hunos. Jogar no Series X também deixa tudo mais fluido e imersivo. O desempenho é impecável, com loadings rápidos e visuais nítidos que valorizam o estilo artístico desenhado à mão. A cada nova partida, explorar os biomas e encarar os desafios de plataforma e combate é sempre uma experiência única, ainda que a estrutura roguelite inevitavelmente traga repetição em certo ponto.
A jogabilidade é o coração desse título. A sensação de controlar o Príncipe é extremamente satisfatória, seja correndo pelas paredes, escalando superfícies ou se esquivando de inimigos no último segundo. O jogo acerta no equilíbrio entre mobilidade e combate, tornando cada confronto dinâmico e estratégico. Não se trata apenas de atacar é preciso usar o cenário a seu favor, empurrando inimigos em armadilhas, flanqueando-os com saltos e aproveitando cada detalhe do design das fases.
O combate, embora simples no início, ganha profundidade conforme desbloqueamos novas armas e ferramentas. O uso dos talismãs (medalhões) adiciona uma camada estratégica interessante, permitindo combinações que mudam completamente o ritmo da partida. É viciante encontrar aquela sinergia perfeita que transforma uma run promissora em uma verdadeira demonstração de poder.
Outro aspecto que me surpreendeu positivamente foi o design dos biomas. Cada área traz não apenas uma nova ambientação visual, mas também desafios únicos que testam o domínio do jogador sobre o parkour e o combate. É recompensador explorar cada canto, seja em busca de recursos, segredos ou até de atalhos que podem mudar o rumo da run. No Series X, os cenários ganham vida com cores vibrantes e animações fluidas, que realmente fazem jus à atmosfera da franquia. A trilha sonora merece destaque especial. Ela mistura melodias tradicionais do Oriente Médio com batidas mais modernas e intensas, criando uma ambientação que não só acompanha, mas amplifica a ação frenética do jogo. Em momentos mais tranquilos, ela embala a exploração com tons suaves; já nas batalhas, acelera o coração do jogador, mantendo a adrenalina no auge.
Em termos de narrativa, o jogo mantém a proposta enxuta típica dos roguelites: não há longos diálogos nem cutscenes elaboradas, mas sim fragmentos de história que vão se revelando conforme avançamos. Apesar disso, o contexto do Príncipe preso em um ciclo temporal é interessante e serve como pano de fundo para a jogabilidade. Confesso que gostaria de ver mais desenvolvimento dos personagens secundários, mas acredito que isso pode ser expandido em futuras atualizações. Ainda assim, The Rogue Prince of Persia brilha no que se propõe. A cada morte, o jogador volta ao Oásis, onde pode investir recursos em melhorias permanentes. Essa progressão constante, mesmo diante das derrotas, cria um senso de recompensa que mantém o vício em continuar tentando. É exatamente esse ciclo que faz os melhores roguelites funcionarem, e aqui ele é executado com maestria.
Claro que o jogo não é perfeito. Há momentos em que a repetição se torna evidente, especialmente após muitas horas de jogo, e alguns inimigos poderiam ser mais variados. Também senti que certos upgrades não têm o impacto que deveriam, o que pode frustrar quando se espera um salto maior de poder. No entanto, esses pontos nunca chegam a comprometer a diversão geral.Algo que me agradou bastante foi a forma como o jogo consegue equilibrar acessibilidade e desafio. Diferente de outros títulos do gênero que podem ser excessivamente punitivos, aqui o aprendizado é gradual e o jogador sente constantemente sua evolução. Isso faz de The Rogue Prince of Persia um ótimo ponto de entrada para quem nunca se aventurou em roguelites antes. Falando especificamente da versão de Xbox Series X, é notável como o jogo se beneficia do hardware. Os 60fps constantes garantem que o parkour e o combate aconteçam de forma suave, algo essencial em um jogo tão baseado em precisão. A resolução em 4K deixa os cenários ainda mais impressionantes, e a resposta rápida do controle contribui para a sensação de total controle sobre cada movimento do Príncipe.
O fator replay aqui é gigantesco. Mesmo após dezenas de tentativas, sempre há um novo caminho para explorar, uma nova arma para testar ou uma nova combinação de medalhões para experimentar. É o tipo de jogo que te prende por horas e horas, e que sempre convida para “mais uma run” antes de desligar o console. Outro ponto positivo é como o jogo presta homenagem à essência da franquia sem se prender ao passado. O parkour continua sendo a alma do Príncipe, mas agora adaptado a um gênero moderno e desafiador. É como se a Ubisoft tivesse encontrado um equilíbrio entre tradição e inovação, dando ao herói uma nova identidade sem abandonar suas raízes. No fim das contas, The Rogue Prince of Persia é um jogo que me surpreendeu e me conquistou. Jogando no Xbox Series X, a experiência foi não só fluida, mas também imersiva e viciante. Pode não ser o título definitivo da franquia, mas certamente é um passo importante para o retorno do Príncipe aos holofotes, mostrando que ainda há muito espaço para ele na cena atual dos games.
Se você é fã de roguelites ou apenas curioso para ver uma nova abordagem da clássica série, vale muito a pena dar uma chance. Eu, particularmente, estou empolgado para continuar explorando esse mundo e mal posso esperar para ver como o jogo será expandido nos próximos meses.
Agradeço à Ubisoft por ceder gentilmente a key gratuita de The Rogue Prince of Persia para Xbox Series X, o que possibilitou a realização desta análise completa para o site.
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