Assassin’s Creed Shadows foi um marco para a franquia, trazendo o Japão feudal para a tela de forma tão aguardada. Porém, o final deixou alguns fios soltos e perguntas sem resposta, o que abriu espaço para a expansão Claws of Awaji. Disponível para PC, esse conteúdo adicional busca amarrar pontas da história de Naoe e Yasuke, introduz uma nova arma e entrega um novo território a ser explorado. A questão é: será que vale a pena voltar a vestir o manto dos Assassinos para mais uma jornada?
Logo de início, a expansão dá o tom com uma mensagem de Hattori Hanzo que reacende a chama da busca de Naoe por sua mãe desaparecida. O rumor de que Tsuyu pode estar viva move os personagens em direção à ilha de Awaji, onde uma nova conspiração templária ganha forma. A narrativa é bem montada no início, linear e emocionalmente envolvente, dando um bom motivo para a viagem e estabelecendo um peso pessoal para Naoe. No PC, a performance ajuda a amplificar esse impacto, já que as cutscenes rodam de forma suave em 60fps, tornando o drama mais palpável.
Com o avanço da trama, porém, Claws of Awaji retoma a estrutura típica da franquia: identificar inimigos secundários, eliminá-los um a um e, por fim, confrontar o grande antagonista. O ritmo perde parte do foco inicial e, em alguns momentos, a sensação de repetição volta a aparecer. Ainda assim, a presença de novos personagens e a tensão crescente entre Naoe e sua mãe mantém o jogador engajado, mesmo que a história nem sempre alcance o potencial de suas premissas. A ambientação da ilha é outro ponto central. Awaji é bela, densa e com áreas que pedem exploração cuidadosa, como pântanos cheios de armadilhas, fortalezas bem defendidas e até navios em construção. O problema é que, visualmente, não difere tanto do restante do Japão já visto no jogo base. Para quem passou dezenas de horas explorando montanhas e vilarejos, a ilha pode soar familiar demais. No PC, com configurações no alto, os detalhes gráficos e iluminação dinâmica ajudam a dar vida ao cenário, mas ainda assim falta aquela sensação de novidade que expansões anteriores da série já entregaram. Em termos de gameplay, a maior novidade está na adição do bo, uma arma de combate que combina alcance, versatilidade e complexidade técnica. Com três posturas diferentes, permite ataques altos para atordoar, médios para afastar inimigos e baixos para derrubá-los. É uma arma que exige leitura do adversário e timing preciso, o que casa muito bem com o estilo furtivo e calculado de Naoe. Jogando no PC, com teclado e mouse, a resposta dos comandos torna essa experiência ainda mais gratificante, já que a precisão extra dá mais controle sobre as variações do bo.Yasuke também recebe novas habilidades, mas a verdade é que elas não chegam a transformar seu estilo de jogo. São incrementos interessantes, mas não alteram a forma como o samurai já dominava o campo de batalha com força bruta. Naoe é claramente a estrela da expansão, tanto em narrativa quanto em jogabilidade, reforçando a dinâmica que já se destacou no jogo base: a diferença entre furtividade e combate aberto.
As missões principais conseguem equilibrar bem essa dualidade, criando momentos em que Naoe precisa infiltrar-se silenciosamente em fortalezas, enquanto Yasuke encara batalhas abertas contra guardas e soldados. Essa alternância mantém a campanha variada e garante que os dois personagens brilhem em seus papéis. No PC, a performance estável durante batalhas grandes é um ponto positivo, permitindo que as lutas com dezenas de inimigos ocorram sem quedas perceptíveis de quadros.
Um dos destaques mais criativos da expansão é uma batalha contra um inimigo ninja em um pântano cheio de estátuas e armadilhas. O jogador precisa usar o som e a percepção para identificar o inimigo verdadeiro, evitando cair em armadilhas envenenadas. A ideia é excelente, mas a execução não é tão refinada: os intervalos entre as pistas sonoras são longos, a movimentação no terreno é lenta e o confronto se prolonga mais do que deveria. Mesmo assim, é uma das lutas mais memoráveis do DLC e mostra a disposição da Ubisoft em experimentar.
A sensação de perigo constante é outro elemento que diferencia Claws of Awaji do jogo base. A ilha é muito mais hostil: guardas estão mais atentos, emboscadas são frequentes e viajar sem cautela é praticamente um convite para armadilhas de ninjas inimigos. Essa atmosfera de vigilância reforça o clima de conspiração e dá um peso extra às escolhas do jogador. No PC, os tempos de carregamento rápidos após falhas ou mortes ajudam a não quebrar o ritmo da experiência, o que é essencial em um jogo tão punitivo em certos momentos.
Apesar das qualidades, as missões secundárias deixam a desejar. Estão escondidas demais, pouco conectadas com a narrativa principal e não oferecem recompensas realmente atraentes. No PC, a busca por essas atividades até fica mais fácil graças à fluidez dos menus e da interface, mas ainda falta motivação para mergulhar nelas além da vontade de completar o mapa. É um contraste grande com expansões de outros Assassin’s Creed, que conseguiam introduzir novos elementos narrativos ou culturais de maior peso.
Em termos de duração, Claws of Awaji oferece cerca de oito a dez horas de conteúdo, dependendo do ritmo do jogador. É um tempo satisfatório, mas a sensação é de que poderia ter explorado mais profundamente os conflitos pessoais de Naoe e sua mãe, ou ampliado a relevância dos novos vilões. Ainda assim, é um pacote coeso, que amarra algumas pontas deixadas pelo jogo base e entrega momentos de alta intensidade, mesmo que falhe em justificar plenamente sua necessidade. Do ponto de vista técnico, jogar Claws of Awaji no PC é uma experiência sólida. O título está bem otimizado, com escalabilidade para diferentes configurações de hardware. Máquinas mais robustas conseguem aproveitar o máximo de detalhes visuais e alta taxa de quadros, enquanto PCs mais modestos ainda conseguem rodar de forma competente com ajustes nas opções gráficas. A ausência de quedas críticas de performance faz com que a imersão seja preservada, algo essencial em um Assassin’s Creed moderno.
No fim das contas, Claws of Awaji é uma expansão fiel ao que Assassin’s Creed Shadows já oferecia. Não revoluciona a fórmula, mas entrega um fechamento mais satisfatório para a história, uma nova arma divertida de usar e alguns momentos memoráveis. Para quem já estava investido na jornada de Naoe e Yasuke, o retorno vale a pena, especialmente no PC, onde a experiência técnica reforça os pontos positivos. Para quem esperava algo realmente transformador, no entanto, talvez fique a sensação de que a Ubisoft jogou seguro demais.
O JOGO FOI CEDIDO PELA UBISOFT BRASIL E A REVIEW FOI FEITA NO GALAXY BOOK 4 ULTRA QUE FOI CEDIDO PELA SAMSUNG BRSIL
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