Kirby and the Forgotten Land + Star-Crossed World Review



Kirby sempre foi um personagem querido dentro do portfólio da Nintendo, mas, por muitos anos, foi tratado como uma franquia secundária em comparação a gigantes como Mario e Zelda. Com a chegada de Kirby and the Forgotten Land no Nintendo Switch original, vimos o primeiro salto da série para o 3D de forma completa, conquistando crítica e público. Agora, com a Switch 2 Edition e a expansão Star-Crossed World, a experiência retorna com novos conteúdos, melhorias técnicas e alguns desafios inéditos que convidam jogadores veteranos e novatos a embarcarem novamente nessa aventura vibrante.

A base de Forgotten Land continua intocada: fases coloridas, cheias de segredos e mecânicas criativas que exploram o potencial das transformações de Kirby. O que muda é que o Switch 2 oferece uma performance ainda mais polida, com taxa de quadros dobrada em relação à versão anterior, além de resolução superior que realça ainda mais a estética cartunesca e charmosa do game. Se o título já era belo no primeiro console, agora se torna ainda mais impressionante aos olhos.




A verdadeira novidade, no entanto, é o conteúdo de Star-Crossed World. A expansão introduz uma narrativa paralela, iniciada quando um misterioso meteoro cai próximo ao mundo principal. Dessa colisão, surgem fragmentos cristalizados conhecidos como “Starries”, que Kirby precisa reunir para evitar que uma ameaça sombria escape. A história, como sempre, é simples e leve, mas funciona bem para dar um pano de fundo à nova leva de fases.

No total, são 12 novos estágios distribuídos pelos mundos já existentes. Esses níveis não são simples remixes, mas áreas construídas com identidade própria, incorporando cristais que modificam cenários e adicionam desafios inéditos. Uma das fases mais memoráveis coloca o jogador em plataformas móveis que se aproximam da câmera, exigindo raciocínio rápido e reflexos ágeis para avançar. Outro destaque está no retorno do famoso “Mouthful Mode”, agora com situações ainda mais criativas e engraçadas.





As novas transformações são outro atrativo à parte. Kirby pode assumir a forma de uma mola, permitindo saltos altíssimos e ataques de impacto; transformar-se em engrenagem, rolando por paredes e criando puzzles inteligentes; ou virar uma placa de trânsito que funciona como uma prancha de velocidade em descidas insanas. Essas adições não apenas expandem a jogabilidade, mas também reforçam o caráter inventivo da franquia.

Mesmo assim, os poderes tradicionais de Kirby não receberam novas versões ou evoluções, o que pode decepcionar quem esperava algo extra para as cópias clássicas. Além disso, jogadores que já possuem todas as habilidades maximizadas no jogo base podem achar alguns inimigos novos fáceis demais, já que um único golpe carregado pode anular combates que tinham tudo para ser memoráveis.

Em termos de desafio, Star-Crossed World é levemente mais difícil que a campanha original, funcionando quase como uma opção de “pós-jogo”. Porém, não espere nada que chegue perto de frustrações típicas de outros títulos mais punitivos. O equilíbrio entre acessibilidade e desafio continua presente, mantendo o jogo convidativo para todas as idades, mas com alguns momentos capazes de surpreender até veteranos.





O conteúdo adicional é divertido, mas relativamente curto. Em cerca de três a quatro horas é possível concluir todas as novas fases, embora a busca por segredos e colecionáveis possa prolongar a experiência. Fica a sensação de que o pacote poderia ter incluído novos chefes, mais minijogos ou até áreas adicionais na vila dos Waddle Dees, que permanece praticamente inalterada.

Ainda assim, a qualidade das fases compensa a quantidade. Todas foram pensadas para aproveitar ao máximo as mecânicas existentes e as novidades introduzidas. Mesmo a transformação de escada, que muitos consideraram pouco inspirada no jogo base, recebe momentos criativos aqui, mostrando que a HAL Laboratory ainda tem cartas na manga para surpreender.

A trilha sonora também merece destaque. Canções inéditas aparecem nos novos níveis, mantendo o tom alegre e energético que caracteriza Kirby. Há faixas que misturam instrumentos clássicos com batidas eletrônicas modernas, criando um contraste perfeito para os cenários cristalizados do DLC.

Quanto às melhorias técnicas do Switch 2, a evolução é bem-vinda, mas não revolucionária. O jogo já tinha uma direção artística muito competente, que mascarava limitações gráficas. Agora, ver personagens distantes animados em 60fps e os cenários com mais nitidez é agradável, mas não justifica sozinho a compra da nova versão para quem já jogou no Switch original.O valor cobrado pelo upgrade também deve ser considerado. Quem já possui o título pode pagar apenas pelo DLC, o que faz sentido e é uma proposta justa, 




Mesmo com suas limitações, Kirby and the Forgotten Land + Star-Crossed World é um pacote sólido e divertido. Para quem nunca jogou, esta é a versão definitiva, com todos os conteúdos e melhorias reunidos. Já os veteranos vão encontrar algumas horas de novidades criativas que valem a pena, mesmo que deixem aquele gostinho de “quero mais”.

No fim, Kirby mostra que continua relevante e carismático. Star-Crossed World não reinventa a fórmula, mas garante boas risadas, momentos desafiadores e reforça o potencial da série em sua fase tridimensional. Um lembrete de que o herói rosa da Nintendo ainda tem muito a oferecer, mesmo em pequenas doses


A chave do jogo foi cedida pela Nintendo Brasil a qual agradeço de coração.


Desempenho10
Gráficos10
Gameplay10
Trilha Sonora9

Positivo

-Novas fases criativas e bem construídas
-Trilha sonora vibrante e cheia de identidade
-Ambientação hostil e sensação constante de perseguição aumentam a tensão

Contra

- Ausência de novos chefes ou grandes mudanças na vila

9
Nota

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