Battlefield 6 Review



Battlefield 6 marca o renascimento de uma franquia que, por anos, definiu o que significa guerra em larga escala nos videogames. Depois dos tropeços de Battlefield 2042, a DICE e a Electronic Arts parecem ter finalmente entendido o que os fãs mais queriam: batalhas intensas, destruição total e um equilíbrio entre realismo e diversão. Rodando no PlayStation 5, o novo título mostra todo o potencial da nova geração, entregando um espetáculo visual e técnico de tirar o fôlego, digno do legado que a série carrega.

A história se passa em 2027, num mundo que beira o colapso político e social. A outrora poderosa OTAN desmoronou, e no vácuo de poder surge a Pax Armata, uma corporação militar privada que tenta impor sua própria ordem global através da força e da tecnologia. No meio desse caos, o jogador assume o controle do esquadrão Dagger 13, um grupo de elite norte-americano encarregado de deter a expansão da Pax antes que ela domine completamente os restos do mundo livre. A campanha é intensa, cinematográfica e repleta de sequências explosivas, ainda que sem a profundidade emocional de outros títulos do gênero. Mesmo sem reinventar a roda, a campanha cumpre bem seu papel: é divertida, variada e serve como uma excelente introdução ao universo do jogo. Cada missão acontece em um cenário diferente do Cairo em chamas a uma Nova York devastada  e apresenta situações que vão de infiltrações táticas a combates abertos entre exércitos inteiros. É uma experiência curta, durando cerca de seis horas, mas cheia de momentos memoráveis que capturam o caos e a adrenalina da guerra moderna.



O ponto forte de Battlefield 6, no entanto, continua sendo o multiplayer. É aqui que o jogo brilha e mostra porque a série ainda é a referência máxima em combates online em larga escala. As partidas com 64 jogadores (no PS5) são verdadeiros espetáculos de destruição e estratégia. Cada explosão, cada tiro e cada avanço de tanque contribui para o sentimento coletivo de estar em uma guerra viva, onde nada está sob controle e tudo pode mudar em segundos. A DICE aprimorou a movimentação com o novo sistema Kinesthetic Combat, que permite rolar, se arrastar, arrastar companheiros feridos e se mover com fluidez nunca antes vista na série. Essa mecânica dá uma nova camada de realismo e estratégia ao jogo, tornando as batalhas mais dinâmicas e imprevisíveis. Os tiroteios são intensos e precisos, com um gunplay polido que aproveita ao máximo o feedback tátil do DualSense, fazendo cada disparo, recuo e explosão vibrar de forma realista nas mãos do jogador.




Um dos maiores destaques é o sistema de destruição, que chega a um novo patamar de imersão. Prédios inteiros desabam com bombardeios, fachadas cedem com tiros de tanque e até o chão pode ruir sob seus pés. A sensação de que o cenário está vivo e reagindo à guerra é constante. Cada partida é diferente da anterior, e os mapas mudam drasticamente à medida que o combate evolui, criando um senso de caos autêntico que poucos jogos conseguem replicar. As quatro classes clássicas estão de volta: Assault, Engineer, Recon e Support. Cada uma delas é essencial para o equilíbrio da equipe e traz habilidades e armas específicas que favorecem a cooperação entre jogadores. O retorno desse sistema mostra que a DICE aprendeu com os erros de 2042, deixando de lado os especialistas genéricos e recuperando o charme das funções táticas. Jogar com um esquadrão bem coordenado é a essência do novo Battlefield  e também o que torna cada vitória tão recompensadora.



A personalização de armas e equipamentos está mais profunda do que nunca. Cada fuzil, metralhadora ou pistola pode ser ajustado com dezenas de acessórios  miras, bocais, empunhaduras e munições que alteram significativamente o desempenho. O mesmo vale para veículos, que agora possuem árvores de progresso próprias, incentivando o uso contínuo e recompensando o jogador com novas modificações conforme o tempo de jogo aumenta. Essa progressão constante torna o multiplayer viciante e cria uma sensação real de evolução dentro do campo de batalha. Visualmente, Battlefield 6 é um espetáculo absoluto. No PS5, o jogo roda com fluidez impecável em 60 quadros por segundo, mesmo nos momentos mais caóticos, e o nível de detalhe é impressionante. As explosões iluminam o cenário com realismo cinematográfico, as partículas de poeira flutuam com precisão e as animações corporais estão mais naturais do que nunca. O áudio 3D é outro destaque, permitindo identificar tiros, explosões e passos com clareza assustadora  um recurso que realmente muda o modo como se joga.

A trilha sonora, composta por um mix de orquestra e batidas eletrônicas, acompanha perfeitamente a ação. Há uma cadência quase militar nas faixas que embalam os confrontos, e os efeitos sonoros de metralhadoras, helicópteros e tanques  têm um impacto físico que transforma o ambiente de jogo em uma verdadeira zona de guerra. É impossível não se sentir parte do conflito quando tudo ao redor parece explodir em sincronia.



Apesar de toda a grandiosidade, Battlefield 6 não é perfeito. Alguns bugs ocasionais de física ainda aparecem, especialmente em momentos com muita destruição simultânea. O controle de alguns veículos continua um pouco travado, exigindo prática para dominar, e o balanceamento entre armas de curto e longo alcance ainda pode ser ajustado em futuras atualizações. Mas esses pequenos tropeços não comprometem a experiência geral, que é sólida e empolgante do início ao fim. Um detalhe que merece elogio é o sistema de reviver aliados. Agora é possível arrastar companheiros feridos para uma posição segura antes de reanimá-los, o que cria momentos de tensão e heroísmo genuínos. Em partidas coordenadas, essa dinâmica reforça o espírito de equipe e faz cada vitória parecer conquistada com esforço real. É um toque simples, mas que faz enorme diferença no ritmo das batalhas.



O modo Portal, que será atualizado constantemente com conteúdos clássicos e mapas de antigas edições da franquia, promete expandir ainda mais a longevidade do jogo. A possibilidade de criar modos personalizados e reviver momentos icônicos de Battlefield 3 e Bad Company 2 é um presente para os fãs de longa data e mostra que a EA está comprometida em manter o título vivo por muitos anos.

No fim das contas, Battlefield 6 é o verdadeiro retorno às origens que os fãs esperavam há quase uma década. É um jogo que entende seu legado, respeita sua base de jogadores e moderniza a experiência sem perder identidade. É épico, intenso e tecnicamente impressionante. Jogar Battlefield 6 no PS5 é testemunhar a guerra virtual em sua forma mais cinematográfica e imersiva. É, sem dúvidas, o melhor Battlefield desde o quarto título  e talvez o melhor shooter militar da geração até agora.


O código do jogo foi fornecido gratuitamente pela EA para eu fazer a review no PS5.

Desempenho10
Gráficos10
Gameplay10
Trilha Sonora10

Positivo

-Destruição de cenários impressionante e totalmente integrada ao gameplay.
-Gunplay refinado, com resposta tátil excelente no DualSense.
-Retorno das classes clássicas com foco em cooperação tática.

Contra

- Balanceamento de armas ainda requer ajustes finos.

10
Nota

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